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Somos de um tempo de ida, de conquista de espaço, de abertura de mente. Mas é fato que a maturidade chega de mansinho num tempo de volta, volta à verdade bíblica, volta à verdadeira feminilidade que retorna pra casa, onde se formam os valores e as virtudes.

Que possamos ter uma boa viagem!

quarta-feira, 31 de julho de 2013

O que os homens esperam das esposas


Por Carlos T. Grzybowski
 

A letra de uma antiga música popular brasileira (“Emília”) dizia: “Eu quero uma mulher que saiba lavar e cozinhar; e que de manhã cedo me acorde na hora de trabalhar”. Esta afirmação reflete muito do machismo cultural do povo brasileiro, que vê na relação conjugal a esposa como serviçal: Amélias e Emílias da vida.
Tal machismo remonta os primórdios de nossa colonização pelo ‘civilizado’ homem europeu, que chega ao nosso continente, usa as nativas para a sua satisfação sexual egoísta e vai embora, não constituindo família e retornando para seu lar, que havia ficado sob os cuidados e administração de sua esposa.
O machismo histórico brasileiro cria duas fantasias a respeito da mulher: a mulher serviçal que deve ficar em casa e cuidar da administração do lar e da educação dos filhos, servindo ao marido em todos seus mimos quando este retorna para casa; e a mulher sensual, fogosa, cheia de volúpia e pronta a dar o prazer sexual ao homem desejoso.
Estas fantasias são, na mente masculina, irreconciliáveis e isso leva muitos homens a tratarem mal suas esposas e terem casos fora do casamento.
Na realidade o que realmente o homem espera de sua esposa é uma mulher que o ajude na construção de sua auto-estima!
A sociedade impõe, a cada dia que passa, uma performance cada vez maior ao homem, tanto em sua vida pessoal como profissional e isso faz com que este homem sinta-se incapaz de atender todas as expectativas e demandas que se lhe impõe. Sente-se fragilizado e necessita de alguém ao seu lado que o incentive e ajude nesta caminhada.
Essa é a principal tarefa da esposa: auxiliar na construção da auto-estima de seu marido e, em última instância é o que os maridos esperam de suas esposas. Nesse sentido ela cumprirá o seu papel de “ézer knegdo” (do hebraico: auxiliadora idônea), como descrito em Gênesis 2.
Não uma auxiliar de serviços, como culturalmente e erroneamente este texto tem sido interpretado muitas vezes, mas como alguém que vem em meu auxílio para me ajudar em algo que eu não posso sozinho. (o mesmo termo é atribuído a Deus quando nos Salmos nos diz que Ele é nosso auxílio e socorro bem presente no momento da tribulação).
Assim a esposa cumpre um papel que não pode ser cumprido por qualquer um, pois é necessário um nível alto de intimidade para aceitar a ajuda, ou mesmo para reconhecer que necessita ser alentado na construção de sua auto-estima.
Lamentavelmente nosso machismo cultural não só leva o homem a bloquear sua percepção desta necessidade, como a recusar qualquer tipo de auxílio de sua companheira para seguir adiante na valorização de si de forma saudável e positiva. Como conseqüência desta negação, o homem se isola em seu ‘ninho televisivo’ ou afunda-se em compulsões (álcool, drogas, esportes, etc.) e relaciona-se com a esposa num padrão objetal (uso do outro) e eternamente insaciável – sempre insatisfatório (a não ser que a esposa vire ‘Amélia ou Emília’ – serviçal no lar – e aceite que o marido tenha suas musas/amantes fora do lar; mas aí será a esposa que terá que anular sua autoestima.
Reconhecer que o modelo idealizado por Deus na criação é um modelo de saúde integral para a relação conjugal e buscar viver neste padrão – não a partir da interpretação cultural machista que muitos impõe ao texto – é sem dúvida o melhor que o casal pode fazer na busca da realização conjugal. E esta é uma tarefa de construção contínua...

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