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Somos de um tempo de ida, de conquista de espaço, de abertura de mente. Mas é fato que a maturidade chega de mansinho num tempo de volta, volta à verdade bíblica, volta à verdadeira feminilidade que retorna pra casa, onde se formam os valores e as virtudes.

Que possamos ter uma boa viagem!

terça-feira, 1 de outubro de 2013

Chega de brinquedos somente para meninos ou meninas?

Chuck Colson
Hamleys, a mais respeitável loja de brinquedos de Londres, passou recentemente por uma remodelação. A empresa, que se descreve como a “melhor loja de brinquedos do mundo,” eliminou as seções separadas de meninos e meninas e, no lugar, organizou a loja por tipos de brinquedos. Placas rosa e azul foram substituídas por placas vermelhas e brancas.
A decisão da Hamleys deu à escritora Peggy Orenstein a chance de fazer a pergunta: “Deveriam as diferenças sexuais ser eliminadas dos brinquedos?”
Quando se faz tal pergunta direta, a resposta óbvia é “não.” Aliás, a pergunta é um tanto ridícula. Afinal, como Orenstein escreve no jornal New York Times, em idade pré-escolar, as diferenças entre meninos e meninas são evidente no que se refere a brinquedos: “as meninas preferem brinquedos que são bonitos, exibem ‘harmonia’ e lhes permitem contar uma história,” enquanto os meninos preferem construir coisas.
As diferenças entre os sexos vão além de suas atividades preferidas até o jeito de brincarem: “as meninas tipicamente se reúnem em grupos de duas ou três, conversam juntas mais do que os meninos e brincam de modo mais cooperativo.” Assim, empresas como a Lego estão em sólido campo científico quando dizem que “a fim de serem justas com os sexos… têm de ser específicas com relação aos sexos.”
Questão resolvida, certo? Não, infelizmente não. O motivo é que a questão de “apagar as diferenças sexuais dos brinquedos” é parte de um projeto político maior. Esse projeto vê o turvamento, e até mesmo a erradicação, das diferenças sexuais como crucial para a igualdade das mulheres.
As primeiras gerações de feministas buscavam erradicar as barreiras formais e legais para a igualdade das mulheres. Sua meta era um mundo em que se a mulher quisesse ser, por exemplo, senadora dos Estados Unidos ou uma empresária bilionária, ela estava livre para realizar seus sonhos.
Embora alguns obstáculos ainda permaneçam, esse mundo em grande parte veio a se concretizar. Contudo, em algumas áreas como política e negócios, as feministas ainda não estão felizes.
Por que? Elas acreditam que as mulheres não estão realizando essas oportunidades porque ainda aceitam as ideias tradicionais sobre diferenças sexuais. A malevolência dirigida às mães que permanecem no lar é apenas um exemplo desse pensamento.
Mais recentemente, esse pensamento se manifestou num represália contra mulheres proeminentes que são consideradas femininas demais. A atriz Zooey Deschanel é um alvo favorito das feministas que a consideram “feminina” demais e, como tal, um mau exemplo para as moças.
Os cursos feministas nas faculdades ensinam que não existe diferença entre os sexos. O sexo é simplesmente uma escolha.
É a partir dessa perspectiva que essa conversa de “eliminar as diferenças sexuais dos brinquedos” deve ser vista. Essa discussão não é motivada pela ciência e certamente não é motivada pelas necessidades e bem-estar de meninos novos, que mal fazem parte da discussão.
É motivada por uma visão do que as feministas acreditam que as moças deveriam estar aspirando e o que é necessário para alcançá-lo: que é minimizar as diferenças entre os sexos.
Essa agenda ideológica está criando grande confusão entre os jovens, e o que nada ajuda é a lição de reeducação política que eles recebem ao entrarem numa loja de brinquedos. Nossas filhas já são iguais aos nossos filhos em todo jeito que é importante, não importa a cor da roupa que estejam vestindo.
 
Traduzido por Julio Severo do artigo do boletim BreakPoint: Gender-Free Toys?

terça-feira, 17 de setembro de 2013

Transformação por meio de Cristo, não do Estado
Rob Schwarzwalder
 
Um dos conceitos centrais da esquerda é que, por meio de educação, dietas, terapia e direção orientada pelo Estado, entre outras coisas, o homem pode emergir em uma forma bastante aprimorada, se não inteiramente nova.
O teórico comunista Leon Trotsky, em seu livro hilariantemente pretensioso, porém influente, chamado “Literatura e Revolução”, ele argumenta que as condições políticas e econômicas, combinadas à pura força de vontade de uma pessoa, poderiam mudar tudo a respeito dela e de sua vida “monótona” na terra.  Trotsky previu que na era prenunciada pelo comunismo global, “O homem, enfim, começará seriamente a harmonizar seu próprio ser... A espécie humana, congelada no homo sapiens, irá se transformar de forma radical, e se tornará, sob suas próprias mãos, objeto dos mais complexos métodos de seleção artificial e de exercícios psicofísicos”.
 
“O homem irá se esforçar”, continua Trotsky, “para dirigir seus próprios sentimentos, elevar seus instintos ao plano do consciente e torná-los límpidos, para orientar sua vontade nas trevas do inconsciente. Irá atingir assim um estágio mais elevado da existência e criará um tipo biológico e social superior, um super-homem, se isso lhe agrada”.
 
É claro, Trotsky foi incapaz de provocar essa mudança em seu velho amigo Josef Stalin, que eventualmente encomendou o assassinato de seu camarada com uma picareta de gelo enquanto Trotsky estava vivendo exilado no México.
 
Como Henry Ford disse sobre a história, o projeto de reengenharia humana imaginado por visionários imaturos, como Rousseau, Engels e Marx, e por seus filhos filosóficos sanguinários, como Hitler, Mao, Pol Pot, et al, é absurdo. Condicionamento externo, até mesmo a partir do início da vida, pode amenizar nossa concupiscência, mas não pode apagá-la completamente nem mudar nossa natureza fundamental.
 
Em sua obra fundamental, “A Origem da Família, da Propriedade Privada e do Estado”, Friedrich Engels se mostrou tão otimista com o fato de que o comunismo iria produzir uma sociedade de paz e prosperidade que projetou seu futuro da seguinte forma: “Sem soldados, policiais, nobreza, reis, governadores, prefeitos ou juízes, sem cárceres ou processos, tudo caminha com regularidade. Todas as querelas, todos os conflitos são resolvidos pela coletividade a que concernem...”
 
Qual é o testemunho dos últimos 100 anos de comunismo? Sangue, mortes, assassinatos, opressão, violência. Talvez a ex-União Soviética precisasse de mais tempo, hein, Friedrich?
 
Alguns romancistas parecem ter um melhor entendimento da natureza humana do que os teóricos políticos. Há inúmeras estórias antiutópicas sobre sociedades em que uma coletividade entorpecida goza de uma serenidade relativamente próspera sem curiosidade, individualismo ou liberdade. São estórias de alerta: Podemos potencialmente tomar medicamentos que entorpecem os nossos defeitos mais óbvios e nos tornem lânguidos e emocionalmente letárgicos, mas nenhuma droga pode alterar nosso verdadeiro ser.
 
Desde o Código de Hamurabi até o Código de Justiça Militar, o homem busca se proteger dos seus piores excessos. Isso é algo bom: os Dez Mandamentos da Bíblia são guias maravilhosos para o comportamento humano.
 
Mas, conforme Jesus ensinou, internalizar a lei revela a verdadeira personalidade do homem. O ódio, ensina Jesus, é uma forma de homicídio, e a lascívia é um tipo de adultério. Existem padrões que mortal nenhum consegue alcançar, razão pela qual os cristãos confiam inteiramente na graça salvadora de Cristo.
 
No entanto, nossa paixão babélica pela autotransformação segue em frente. Mais recentemente, Hugo Chávez, o falecido líder político da Venezuela, proclamou que “Aqueles entre nós que querem construir o paraíso na Terra devem seguir o socialismo”. É mesmo? De acordo com o relatório mais recente sobre a Venezuela do Departamento de Estado dos EUA, “Os principais abusos de direitos humanos relatados durante o ano incluem corrupção, ineficiência e politização do sistema judiciário; ações do governo para impedir a liberdade de expressão; e condições carcerárias duras e perigosas. O governo não respeitou a independência judicial, nem permitiu aos juízes agir de acordo com a lei por medo de retaliação”.
 
“O governo utilizou o judiciário para intimidar e processar seletivamente líderes políticos, sindicais, empresariais e da sociedade civil que criticaram as políticas e ações do governo”, continua. “O governo perturbou e intimidou canais de televisão privados, agências de mídia e jornalistas ao longo do ano, utilizando ameaças, multas, apreensão de bens, leis dirigidas propositadamente contra certos grupos e pessoas, investigações e processos criminais. A recusa em garantir os direitos ao devido processo legal, à segurança física e a condições humanas para a população carcerária contribuíram para a violência generalizada, rebeliões, mortes e pessoas feridas nas prisões”.
 
É notável que o socialismo, o comunismo, o fascismo, o culto imperial e todas as outras formas de totalitarismo substituem Deus e elevam o estado à Sua posição de autoridade primária e central. Invariavelmente, portanto, elas levam à destruição da liberdade, à estagnação econômica, quando não seu colapso, e à concentração de poder nas mãos daqueles poucos que confiscaram a autoridade e se tornaram “mais iguais que outros”. A razão disso é que o poder, o materialismo e a autoridade divina, no fim das contas, são irresistíveis aos irredimíveis filhos e filhas de Adão, ou pelo menos àqueles que não estão sujeitados à lealdade ao que acreditam ser um poder superior.
 
Esses “ismos” também argumentam que o homem e a mulher podem trabalhar de todo coração pelo “bem comum”, tão intensamente quanto o fazem por sua família e seus entes queridos. Isso impõe sobre o homem a qualidade de onibenevolência, ou a capacidade de amar a todos com igual intensidade.
 
Somente Deus é infinito, e é por isso que ele instituiu a família e as amizades interpessoais: para permitir pessoas finitas e falíveis que ainda carregam Sua imagem amem e cuidem umas das outras em grupos pequenos, conhecidos e íntimos. Por exemplo, ninguém ama qualquer criança mais que a sua própria; essa é uma característica inerradicável da natureza humana. Quaisquer tentativas de mudar isso são práticas fúteis de auto-usurpação.
 
Somente Cristo pode transformar o que Paulo chama de “o âmago do vosso ser”. O Estado, ao operar conforme intencionava, é um meio de se alcançar a ordem, a restrição à conduta criminosa e a liberdade humana (Rom. 13:1-7), mas nunca de transformação interna. Esquecemos essa distinção por nossa conta e risco.
 
Traduzido por Luis Gustavo Gentil do original do Charisma News: Transformation Through Christ, Not the State

terça-feira, 10 de setembro de 2013

ViVa o Casamento!

Essa é uma reportagem que saiu na revista veja de agosto de 2000. Achei interessante a defesa do casamento em tempos de difamação total dessa instituição tão relevante e necessária para a preservação da sociedade. Sem contar que o psiquiatra e presidente do instituto nacional para pesquisas em saúde nos EUA é crente e defende a religião como algo bom para a saúde mental, vale a pena acompanhar o trabalho desse irmão em Cristo que tem lutado bravamente pelo Reino de Deus em sua profissão. Boa leitura!



Sem elas, eles adoecem
mais e vivem menos

A constatação agora é científica: por trás de um
homem saudável, há sempre uma mulher zelosa.
Os solitários tendem a descuidar da própria saúde
Cristina Poles
Fotos Ricardo Benichio

"Como moro sozinho, a minha vida acaba sendo desregrada: trabalho até de madrugada, durmo só umas cinco horas por noite e é comum almoçar apenas um sanduíche. Só quando estou com namorada séria atinjo o peso ideal. Se ela me manda comer, obedeço." Edson Zampronha, compositor, 37 anos

Você não agüenta mais o zelo excessivo de sua dileta companheira? É adepto do provérbio do rei Salomão, segundo o qual essas pequenas cobranças são tão enervantes quanto goteira em dias de chuva? Levante as mãos para os céus e agradeça. O homem que tem uma mulher para chamar de sua é mais saudável que o solteiro, divorciado ou viúvo. A probabilidade de ele cair em depressão, abusar do álcool e das drogas, sofrer um acidente de carro ou cometer suicídio é menor. Entre os solitários, dobram os riscos de morte por infarto e hipertensão. Quadruplicam os óbitos por câncer de garganta e aumentam em sete vezes os casos fatais de pneumonia. Pode parecer conversa de solteirona desesperada para chegar ao altar. Não é. Estudos sérios têm demonstrado que o casamento (feliz, óbvio) faz um bem danado à saúde. E que os benefícios da vida a dois costumam ser maiores para eles do que para elas. A proteção vem sob a forma do lembrete da consulta médica, da importância de uma dieta equilibrada, do cuidado ao volante... Essa apoquentação é um santo remédio. Outro efeito maior da companhia feminina é baixar a ansiedade no parceiro, deixá-lo mais relaxado, contente e, portanto, saudável.
Há duas semanas, o professor americano Ross Stolzenberg, da Universidade de Chicago, levou ao encontro anual da Associação Americana de Sociologia o resultado da última pesquisa sobre o assunto. Depois de acompanhar 1.500 casais, durante três anos, Stolzenberg constatou: os riscos de um homem adoecer são quase 30% maiores se a mulher dele trabalha mais de quarenta horas por semana. A razão é simples: com um batente mais duro, fica difícil para ela controlar o estilo de vida do maridão. E, conseqüentemente, este passa a abusar das coisas erradas, tais como comidas gordurosas, bebida, cigarro e até.... Melhor deixar para lá. No entanto, não faz a menor diferença para uma mulher se sua cara-metade se esfalfa além da conta. Ao menos no que se refere à saúde. "Nessa área, eles realmente são mais dependentes que elas", sentencia Stolzenberg. Quando se trata de um solteiro, então, o quadro é pior. O médico David Larson, presidente do Instituto Nacional de Pesquisa em Cuidados de Saúde, dos Estados Unidos, chega ao ponto de comparar: um solitário não-fumante corre os mesmos riscos de um casado fumante habituado a consumir um maço de cigarros por dia.


"Por causa de minha mulher, eu me tornei muito mais saudável. Parei de fumar e de comer carne, aderi à ioga, reservo tempo para lazer e não acordo mais de ressaca."
Sérgio Palmiro Serra, designer gráfico, 38 anos, com a mulher, Cristiane
Sem a eterna vigilância feminina (para a qual o casamento pode ser um preço caro demais, emendaria um engraçadinho), os marmanjos perdem mesmo o instinto de sobrevivência. Passam a levar um cotidiano tão desregulado quanto relógio comprado em camelô. Aos 37 anos, o compositor paulista Edson Zampronha admite que só atinge seu peso ideal quando namora firme. "Ao compartilhar o dia-a-dia com uma namorada, minha vida fica mais regrada", reconhece. Sozinho, Zampronha não tem horário para dormir nem para comer. Nessas fases (ele passa por uma dessas agora), a geladeira é um deserto. Há momentos em que não tem nada além de água e pão preto. Alguma leitora se habilita a endireitar o sujeito? Não se trata, é claro, de defender o retorno das mulheres à mera condição de esposas amantíssimas de seus machos provedores. A revolução feminina iniciada na década de 60 não tem mais volta. Os dados dessas pesquisas, no fundo, só comprovam quanto as mulheres são decisivas para a manutenção da ordem e do equilíbrio dentro das mais diversas sociedades. E quase sempre tendo de enfrentar a dupla jornada. Sim, porque é um equívoco pensar que só começaram a trabalhar fora nas últimas décadas. O que aconteceu foi que elas romperam as fronteiras que as separavam das profissões bem remuneradas e socialmente valorizadas. Estudos mostram que, já na Pré-História, as mulheres eram muito mais que meras coadjuvantes. Além de cuidar da prole e da fabricação de artefatos, também saíam para caçar e ajudavam a defender o território de seu clã. Por natureza, a mulher é mais gregária. É ela quem organiza os contatos intrafamiliares e com os amigos – atividades que, descontados os encontros com a sogra, reduzem o stress de seus companheiros. Sozinho, o homem tende a se fechar e a se afastar dos círculos sociais tidos como saudáveis. Como já definiu o sociólogo americano David Popenoe, "a vida familiar é uma coerção civilizadora considerável para os homens". O designer gráfico paulista Sérgio Palmiro Serra assina embaixo. Aos 38 anos, dez meses atrás ele se casou com Cristiane, atriz de teatro. Antes do casório, Serrano fumava dois maços de cigarro por dia, cultivava hábitos sedentários, só fazia refeições à base de comida congelada, bebia diariamente e trabalhava madrugada adentro. Hoje, é um novo homem. "Graças à minha mulher, larguei o cigarro, bebo raramente, só trabalho durante o dia, faço ioga e tirei de minha dieta todo tipo de carne", conta. Nessa toada, quando chegar aos 48 anos, as chances de Serra viver até os 65 serão de quase 90%. Se continuasse solteiro, a probabilidade de isso acontecer baixaria para 60%. As estatísticas são da demógrafa americana Linda Waite, da Universidade de Chicago. Então, meu amigo, fica combinado o seguinte: o casamento acabou? Viva o casamento!  
 

quarta-feira, 31 de julho de 2013

O que os homens esperam das esposas


Por Carlos T. Grzybowski
 

A letra de uma antiga música popular brasileira (“Emília”) dizia: “Eu quero uma mulher que saiba lavar e cozinhar; e que de manhã cedo me acorde na hora de trabalhar”. Esta afirmação reflete muito do machismo cultural do povo brasileiro, que vê na relação conjugal a esposa como serviçal: Amélias e Emílias da vida.
Tal machismo remonta os primórdios de nossa colonização pelo ‘civilizado’ homem europeu, que chega ao nosso continente, usa as nativas para a sua satisfação sexual egoísta e vai embora, não constituindo família e retornando para seu lar, que havia ficado sob os cuidados e administração de sua esposa.
O machismo histórico brasileiro cria duas fantasias a respeito da mulher: a mulher serviçal que deve ficar em casa e cuidar da administração do lar e da educação dos filhos, servindo ao marido em todos seus mimos quando este retorna para casa; e a mulher sensual, fogosa, cheia de volúpia e pronta a dar o prazer sexual ao homem desejoso.
Estas fantasias são, na mente masculina, irreconciliáveis e isso leva muitos homens a tratarem mal suas esposas e terem casos fora do casamento.
Na realidade o que realmente o homem espera de sua esposa é uma mulher que o ajude na construção de sua auto-estima!
A sociedade impõe, a cada dia que passa, uma performance cada vez maior ao homem, tanto em sua vida pessoal como profissional e isso faz com que este homem sinta-se incapaz de atender todas as expectativas e demandas que se lhe impõe. Sente-se fragilizado e necessita de alguém ao seu lado que o incentive e ajude nesta caminhada.
Essa é a principal tarefa da esposa: auxiliar na construção da auto-estima de seu marido e, em última instância é o que os maridos esperam de suas esposas. Nesse sentido ela cumprirá o seu papel de “ézer knegdo” (do hebraico: auxiliadora idônea), como descrito em Gênesis 2.
Não uma auxiliar de serviços, como culturalmente e erroneamente este texto tem sido interpretado muitas vezes, mas como alguém que vem em meu auxílio para me ajudar em algo que eu não posso sozinho. (o mesmo termo é atribuído a Deus quando nos Salmos nos diz que Ele é nosso auxílio e socorro bem presente no momento da tribulação).
Assim a esposa cumpre um papel que não pode ser cumprido por qualquer um, pois é necessário um nível alto de intimidade para aceitar a ajuda, ou mesmo para reconhecer que necessita ser alentado na construção de sua auto-estima.
Lamentavelmente nosso machismo cultural não só leva o homem a bloquear sua percepção desta necessidade, como a recusar qualquer tipo de auxílio de sua companheira para seguir adiante na valorização de si de forma saudável e positiva. Como conseqüência desta negação, o homem se isola em seu ‘ninho televisivo’ ou afunda-se em compulsões (álcool, drogas, esportes, etc.) e relaciona-se com a esposa num padrão objetal (uso do outro) e eternamente insaciável – sempre insatisfatório (a não ser que a esposa vire ‘Amélia ou Emília’ – serviçal no lar – e aceite que o marido tenha suas musas/amantes fora do lar; mas aí será a esposa que terá que anular sua autoestima.
Reconhecer que o modelo idealizado por Deus na criação é um modelo de saúde integral para a relação conjugal e buscar viver neste padrão – não a partir da interpretação cultural machista que muitos impõe ao texto – é sem dúvida o melhor que o casal pode fazer na busca da realização conjugal. E esta é uma tarefa de construção contínua...

 
Recomendo o livro "Tapa na Bunda", da terapeuta infantil Denise Dias (Editora Matrix), pois estabelecer limites às crianças em tempos como o nosso exige coragem e diligência. É um livro coerente, prático e necessário. Vale a pena ler!!

terça-feira, 16 de julho de 2013

Como Ser um Refúgio Para Seus Filhos

 


No temor do SENHOR, há firme confiança, e ele será um refúgio para seus filhos. (Provérbios 14:26)
Se o Papai estiver amedrontado, para onde se voltarão os pequeninos? Papais deveriam ser seguros. Eles deveriam saber o que fazer, como resolver problemas, consertar as coisas e, sobretudo, proteger seus filhos do mal. Mas o que ocorre se uma criança vê o medo na face de seu Papai? E se o Papai estiver tão assustado quanto a criança e não souber o que fazer? Neste caso, a criança fica totalmente perturbada e se apavora. Ela sente que o único lugar firme, bom e confiável de refúgio não é mais seguro.

Mas se o Papai é confiante, a criança tem um refúgio. Se o Papai não está entrando em pânico, mas está calmo e firme, todos os muros podem vir abaixo, todas as ondas podem quebrar, todas as serpentes podem sibilar e os leões, rugir; mas os braços de seu Papai ainda serão um lugar seguro. O Papai é um refúgio, contanto que seja um Papai confiante.

É por isto que Provérbios 14:26 diz que "ele será um refúgio para seus filhos", se o Papai possuir uma "firme confiança." A confiança do Papai é o refúgio de seus filhos. Pais, a batalha para ser confiante não é apenas sobre nós, mas sobre a segurança de nossos filhos. É sobre o senso de segurança e felicidade deles. É sobre eles crescerem aflitos ou firmes na fé. Até que as crianças possam conhecer a Deus de uma forma profundamente pessoal, nós somos a imagem e a personificação de Deus em suas vidas. Se formos confiantes, confiáveis e seguros para eles, eles serão muito mais inclinados a apegar-se a Deus como seu refúgio quando, mais tarde, as tempestades lhes sobrevierem.
Então, como nós devemos obter esta "firme confiança"? Afinal, nós também somos pequeninos, somos vasos de barro, fracos, quebrantados, lutando contra dúvidas e ansiedades. Será que a solução é fazer nossa melhor encenação e esconder o que somos verdadeiramente? Isto nos levará às úlceras, no melhor dos casos, e, no pior, ao duplo erro de desonrar a Deus e rejeitar nossos adolescentes. Esta não é a resposta.

Provérbios 14:26 nos dá outra resposta: "No temor do SENHOR, há firme confiança". Isto é bastante estranho. Diz que a solução para o temor é o temor. A solução para a timidez é o temor. A solução para a incerteza é o temor. A solução para as dúvidas é o temor. Como pode ser isto?
Parte da resposta é que o "temor do Senhor" significa ter medo de desonrar ao Senhor; o que significa ter medo de duvidar do Senhor. Que significa ter medo de temer qualquer coisa que o Senhor tenha prometido te ajudar a superar. Em outras palavras, o temor do Senhor é o grande destruidor de temores.

Se Deus diz, "Não temas, porque eu sou contigo; não te assombres, porque eu sou o teu Deus; eu te fortaleço, e te ajudo," (Isaías 41:10), então, coisa temível é se preocupar com o problema no qual ele disse que irá te ajudar. Temer o problema quando ele diz, "Não temas, eu te ajudo" é um voto de desconfiança contra a palavra de Deus, e isto é uma grande ofensa a Deus. E o temor ao Senhor, ao contrário, faz qualquer um estremecer ante tal ofensa a Deus.

Se o Senhor diz, "de maneira alguma te deixarei, nunca jamais te abandonarei," então você pode dizer confiantemente "O Senhor é o meu auxílio, não temerei; que me poderá fazer o homem?" (Hebreus 13:5-6). Se o Senhor te diz isso, então não confiar na presença e auxílio prometidos pelo Senhor é uma espécie de orgulho. Isto coloca o nosso parecer do problema acima do parecer de Deus. É por isto que lemos as maravilhosas palavras do Senhor em Isaías 51:12: "Eu, eu sou aquele que vos consola; quem, pois, és tu, para que temas o homem, que é mortal, ou o filho do homem, que não passa de erva?". Quem é você para temer os homens, quando Deus prometeu ajudá-lo? Assim, temer o homem é orgulho. E o orgulho é o extremo oposto do temor de Deus.

Então, sim, o Provérbio é verdadeiro e nos é de grande ajuda. Temam a Deus, pais. Temam a Deus. Temam desonrá-lo. Temam duvidar dele. Temam colocar a sua avaliação do problema acima da dele. Ele diz que pode ajudar. Ele é mais inteligente. Ele é mais forte. Ele é mais generoso. Confie nele. Tema não confiar nele.

Por quê? Ele trabalha para aquele que nele espera (Isaías 64:4). Ele resolverá o problema. Ele socorrerá a família. Ele cuidará dos pequeninos. Ele satisfará as suas necessidades. Tema não crer nisso. E, então, seus filhos terão um refúgio. Eles terão um Pai que "tem firme confiança" - não em si mesmo, mas nas promessas de Deus, nas quais ele estremece de não confiar.

Aprendendo a temer ao Senhor para o bem dos meus filhos,

Pastor John Pipper

Fonte: www.editorafiel.com.br

domingo, 30 de junho de 2013






O tema da solidão é comum e não há resposta fácil para ele. Penso ser seguro dizer que no geral a maioria dos solteiros irá experimentar mais solidão do que os casados.

Em minha opinião, os solteiros devem tomar a decisão de aceitar esta realidade e depois buscar meios de combatê-la. Nenhuma solução vai aparecer sozinha; devemos encontrar ou fazer nossas próprias respostas para esta questão.
 
Lembro-me de ter visitado um amigo certa noite, quando ouvimos bater na porta. Meu amigo apresentou o recém-chegado como Diretor da Faculdade onde ele lecionava, a qual fazia parte de uma grande universidade. O visitante desculpou-se por aparecer sem convite.
 
"Minha mulher faz um estudo em grupo nesta noite", explicou ele, "e minhas duas filhas tiveram de sair. Isso me deixou sozinho em casa. Você sabe como o homem é uma criatura indefesa quando fica numa situação dessas!" disse ele, voltando-se para o colega com um pequeno gesto desamparado. A seguir, com um riso meio-envergonhado, ele concluiu: "Eu sabia que você ia me receber".
 
As palavras soaram estranhas aos meus ouvidos. Um homem santo e culto, um líder entre os cristãos, incapaz de enfrentar a perspectiva de uma noite sozinho em seu próprio lar! Eu já vivia sozinha então por bem mais de 25 anos e não esperava jamais mudar minha situação. Todavia, não considerava isso um fardo, pois tinha a companhia de Jesus Cristo.
 
O mesmo acontecia naturalmente com ele, é claro, assim como com o casal em cuja residência nos encontramos. Meu compromisso cristão não era maior do que o deles. Mas minha necessidade era, sendo esse o ponto crucial da questão. Eu conhecia a companhia de Cristo na intimidade de minha vida doméstica porque não tinha outro companheiro ali.
 
Foi este o significado das palavras de Samuel Rutherford quando escreveu: "Nossas necessidades nos qualificam melhor para Cristo." Minha solidão me levara a buscar e cultivar a companhia de Cristo. Meus amigos casados não tinham essa necessidade consumidora exceto de maneira geral. Sem sequer pensar no assunto, eles dependiam um do outro para companhia. Quando isso faltava, sentiam-se perdidos. Como eu jamais conhecera tal tipo de companheirismo, voltava-me constantemente para Deus a fim de encontrar uma comunhão que me capacitasse a sentir-me feliz sozinha em toda parte.
 
Nunca deixei de me surpreender ao ver que as mulheres casadas nos chalés de verão à minha volta, embora declarassem em voz alta que gostariam de ficar ali durante a semana como eu, invariavelmente voltavam para a cidade com os maridos na noite de domingo. Pode ter havido boas razões para isso e provavelmente há. Mas as esposas, que conheço há anos, me contaram que a verdadeira razão é não conseguirem ficar sozinhas. Algumas admitem ter medo, outras não; mas, conforme elas mesmas afirmam, todas sentem-se incapazes de enfrentar a sua solidão. Eu já fiquei alegremente sozinha em meus verões, quando não fica ninguém por perto e eu passo muito bem. Não existe um lugar em que sinta menos solidão do que no chalé. Tenho muito maior probabilidade de sentir crises de solidão quando me encontro em Toronto, cidade densamente povoada.
 
Nunca consegui saber com certeza a razão disso, exceto uma suspeita de que o sol do verão, as águas mornas e a liberdade de gozar do meu amor pela natureza em todas as coisas tímidas e selvagens ao meu redor tenham algo a ver com isso. A cidade é grande, impessoal, ruidosa e exaustiva, embora ofereça amizades excelentes e coisas fascinantes para fazer.
 
A companhia de Jesus Cristo através do Espírito Santo não é um mito. Ele é a primeira pessoa a quem falo de manhã e a última a noite. Muitos dias Ele é o único com quem converso o dia todo. Tento não ter muitos dias de isolamento desse tipo, mas algumas vezes eles se tornam inevitáveis. As horas, porém, são, no geral, muito felizes.
 
Não conversamos apenas de assuntos espirituais. Ele e eu, apesar de isso ser naturalmente parte do companheirismo de cada dia. Mantemos uma conversa contínua o dia inteiro, não importa o que eu esteja fazendo. Estou constantemente precisando da ajuda dEle com este problema, aquele empreendimento, esta atitude e aquela tentação. E sempre tenho acesso a ela. Ele me auxilia nas promessas coisas práticas como lembrar-me de que não desliguei o ferro, que devo sair às compras ou fazer um telefonema, ou sacudir minha memória quando me esqueço onde coloquei algo - como os meus óculos!
 
Nós gozamos juntos as coisas belas com que Ele encheu minha vida - música erudita, cores e tecidos suaves, a sensação macia de um corpo peludo, o lampejo da asa de um pássaro brilhando como uma jóia, os tons rosa e âmbar do céu ao escurecer, a fragrância das flores orvalhadas, o calor amigo de uma lareira numa noite fria. Juntos partilhamos bons livros, concertos, peças ou balés, e coisas engraçadas. Juntos inventamos e escrevemos juntos um artigo ou um livro. Meu coração está constantemente se voltando para Ele em gratidão e louvor durante o dia e muitas vezes até altas horas à noite. Em troca, Ele o enche de Si mesmo.
 
Uma situação dessas não aconteceu de repente. Tive meus períodos de solidão e angústia, muitos deles; e ocasionalmente ainda os tenho. Mas na medida em que me entrego a Deus numa participação alegre e grata de minha vida, Ele se entrega também a mim.
 
Para os solteiros de Deus, o solteirismo é um dom divino. Embora o casamento seja chamado de "digno de honra" pelo escritor aos Hebreus (Hb.13:4) e Paulo declare que os que se casam não "pecam" (I Cor. 7:28), tanto Jesus como Paulo falam do estado de solteiro como sendo um dom (Mat. 19:22; I Cor. 7:7). Paulo também declara que ele é bom (I Cor. 7:8, 26, 28). E Tiago ensina que todos os dons de Deus são bons e até perfeitos (Tiago 1:17). Nessa natureza humana não vê facilmente a condição de solteiro sob esse aspecto, mas a Palavra de Deus ensina assim.
 
Os dons de Deus talvez nem sempre sigam as nossas inclinações naturais, mas eles existem e satisfarão as nossas necessidades. Talvez os encontremos em lugares improváveis - uma doença, quem sabe, nos force a ficar sozinhos o bastante para aprendermos a enfrentar a solidão e depois disso nos sentiremos grato por podermos mover-nos e pelo privilégio de estarmos com outros. Uma ida casual a um centro de estudos pode revelar um talento latente para a música ou escrita, pintura ou fotografia, e podemos passar horas longas e solitárias em seu desenvolvimento, descobrindo finalmente ter descoberto um amigo cuja companhia irá consolar-nos em nossa solidão pelo resto de nossas vidas. É possível que tenhamos de sair em busca de nossos dons de suporte, mas descobriremos que possuímos aqueles de que necessitamos. Deus não deixa os Seus solteiros para lutarem sozinhos com o solteirismo!
 
Não conheço todas as respostas para a solidão humana. Mas conheço a principal: aceitação sincera da vontade total de Deus e a prática deliberada diária, hora a hora e até momentânea de sua presença. Aprendemos isso fazendo, não há outro meio.
 
Os solteiros precisam desenvolver os seus próprios métodos de vida. O que funciona para um não dá necessariamente resultado para todos. Nenhuma solução que você ou eu inventemos, nem todas elas juntas, poderão livrar-nos da solidão a não ser que tenhamos aprendido primeiro a apoiar-nos na companhia de Cristo. Essa é a resposta básica à questão de como viver sozinhos com serenidade e paz.
 
Escrito por Esly Regina Carvalho      
Fonte:www.ministerioapoio.com.br

sexta-feira, 28 de junho de 2013



                                                      MEU CASAMENTO ACABOU!
                                                                 Pr. Jaime Kemp


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O telefone tocou. Depois de atender e conversar por alguns segundos, pude perceber que a pessoa do outro lado da linha estava desanimada, desiludida e desesperada. Uma voz trêmula pronunciou as seguintes palavras: Jaime, não agüento mais! Vou me separar. Com dois filhos e um casamento de dez anos, meu interlocutor estava "pendurando as chuteiras". Mais uma vez a história se repetia. E cada vez com maior incidência. Tentamos por alguns meses salvar aquele casamento. Com tristeza, porém, esse foi um caso devido a constante infidelidade e a um não arrependimento, não houve possibilidade de restauração.
O que você diria e faria, se estivesse em meu lugar e tivesse casos como esse em suas mãos?
Confesso que há momentos em que, olhando para a situação, só tenho uma atitude: "Senhor, tem misericórdia!". Cada caso é um caso e há situações tão "embaralhadas" que somente o Espírito Santo pode nos dirigir e orientar. Após, algum tempo de aconselhamento, não chegávamos a lugar nenhum. Somente um dos cônjuges lutava para salvar o casamento enquanto o outro afastava-se cada vez mais. A situação tornou-se então insustentável! Buscando ao Senhor em oração, pude passar àquela pessoa algumas orientações de ordem prática, porém, a separação foi inevitável. Situações como essas, também produzem desgaste, tristeza e frustração ao conselheiro.
Você, querido leitor, poderia ser a pessoa do outro lado da linha! Gostaria então, daqui para frente, de dirigir-me a você que está percorrendo o árduo caminho da separação.
A experiência do divórcio é encarada diferentemente por cada pessoa, dependendo da idade, crise de identidade, capacidade de lidar com o assunto, relacionamento com o Senhor, etc...
É quase impossível alguém estar preparado para uma situação dessas. Relacionamentos e sentimentos mudam inesperadamente e a vida torna-se mais "enrolada" devido à complicações legais, traumas emocionais, reviravoltas econômicas, luta por uma nova identidade e auto-estima. Muitas vezes, recebe-se diferentes e confusas influências de filhos, familiares e amigos.
Se você está atravessando esse difícil momento, há de concordar comigo. Caso você esteja começando a pensar em divorciar-se, ore e avalie cuidadosamente o alto preço a pagar e as implicações de tal medida. Você e seu cônjuge poderiam canalizar toda essa energia na restauração de seu casamento. Esse é o desejo de Deus... mas a decisão cabe a vocês!
Embora não se chegue a morrer devido a um divórcio, é bem provável que o recém-divorciado passe a questionar a validade de continuar vivendo. Apesar do desânimo natural da situação, é necessário continuar. Tendo em vista preparar o caminho a seguir, gostaria de chamar a atenção para algumas áreas que possivelmente passarão por dolorosas mudanças:
1. Relacionamento com a família;
2. Relacionamento com amigos;
3. Solidão;
4. Saúde física.

1. Relacionamento com a família
É possível que seus pais e/ou filhos, não compreendam nem aceitem seu divórcio. Eles, como você, estão trabalhando com a própria perda do relacionamento. Haverá momentos em que experimentarão os mesmos sentimentos: tristeza, raiva, desencorajamento, culpa, etc. Sendo este último, normalmente relacionado a um exagerado envolvimento e a um assumir de responsabilidade desnecessário. Os pais precisam equacionar seus próprios sentimentos e desapontamentos em relação ao caso.
Após o divórcio, provavelmente haverá um período em que, você se sentirá tentado a colocar-se novamente sob os cuidados de seus pais. Cuidado! Mesmo que nessa fase seja atraente sentir-se abrigado e cuidado e é importante saber-se não desamparado, você deverá por si mesmo, assumir a responsabilidade de suas decisões. Caso seja necessário voltar a morar com seus pais, mesmo que temporariamente, permita e respeite os sentimentos deles, ao passo que também cuida dos seus.

2. Relacionamento com amigos.
Durante o processo de divórcio, será uma boa oportunidade para reconhecer a importância de bons amigos. Dentro de seu círculo, alguns amigos continuarão, outros não. Novos amigos surgirão, ao passo que amizades antigas esfriarão, especialmente entre casais. Será também importante que você identifique nas novas amizades, as reais expectativas, de forma a poder decidir os que serão seus novos amigos em sua nova fase de descasado. Será também uma fase de redescobrimento de sua identidade como indivíduo e não como uma das partes de um casal.
Enquanto você, durante o processo de divórcio está aos poucos assumindo o papel de descasado, seus amigos passarão por diversas reações.
Alguns tentarão assumir o papel de mediadores, tentando "consertar" seu casamento. Outros, externarão ansiedade e surpresa. Haverá inclusive alguns que lhe proporão uma relação sexual. É provável que amigos com problemas no casamento se aproximem e desabafem com você, enquanto outros poderão ter ciúmes, com medo que você possa "tentar" seu cônjuge. E, certamente encontrará os que assumirão o papel de "Cupido" e Santo Antônio, procurando outro par para você.
Ao verificar as diversas reações, é interessante perguntar-se: Caso eu desenvolva uma amizade com fulano, poderei ser autêntico, sem máscaras? Haverá possibilidade de um novo enfoque de amizade, sem o peso de uma cobrança relativa a um comportamento passado? O relacionamento será favorável ou não à minha auto-estima?
Será uma atitude sábia, se enquanto você estiver reconstruindo seu mundo, lembrar-se que é impossível para qualquer relacionamento a nível humano, suprir todas as suas necessidades.

3. Solidão
Cedo ou tarde, chegará o momento em que você se sentirá profundamente só. Esse sentimento poderá surgir em meio à uma multidão, à uma festa, quando tiver que tomar decisões importantes, ou quando a autocomiseração e desespero parecerem sufocar. Mesmo que todos nós seres humanos, já tenhamos passado pela solidão, o modo como ela se manifesta ao divorciado, é muito doloroso e característico à situação, sendo portanto difícil de ser compreendido por quem não percorreu esse caminho. Você pode até conseguir verbalizar seu sentimento a algum amigo, mas a profundidade da dor ficará lá no fundo de seu coração. Durante o processo em si, você se confrontará com solidão, tristeza, raiva, rejeição; embora dolorosos, esses sentimentos fazem parte da fase que você atravessa. Animo... o tempo passa e a poeira tornará a sentar-se!
Com a "morte" do relacionamento, será necessário que se percorra estágios de dor, como se realmente alguém tivesse morrido. Tal atitude poderá capacitá-lo a lidar com seu passado. Olhando para trás, você certamente identificará situações nas quais você não poderia ter agido de forma diferente. Em outras porém, concluirá que poderia ter tido outra reação. A volta ao passado pode ser doída, mas poderá ser uma oportunidade de fazer as pazes consigo mesmo, resolvendo suas culpas, redefinindo sua identidade e redescobrindo seu valor pessoal. A solidão que induz a uma introspecção positiva, pode tornar-se um agente terapêutico de restauração.
Reconheça sua solidão, mas não tente envolver-se o tempo todo com pessoas com o intuito de não querer estar só. Procure também, não manter rádio e televisão ligados ininterruptamente visando fugir de seus próprios pensamentos. Outra tendência, também será envolver-se excessivamente em atividades da igreja ou comunidade, como fuga. Dê um tempo para você. Reconheça a presença e genuinidade de seus sentimentos. Seu sofrimento tem razão de ser, você não pode simplesmente ignorá-los fugindo deles. Seria interessante se, como se travasse um diálogo com sua dor, explicasse a ela que à bem de sua vida como um todo, você não poderá permitir que ela o domine, mas que você estará tratando e cuidando dela nas horas certas.
4. Saúde física
As tensões do divórcio podem desencadear diversos sintomas físicos: dores na coluna, problemas de estômago, dores de cabeça, erupções cutâneas, etc... Não deixe de comer e nem de dormir. Procure manter uma dieta e rotina diárias o mais estruturada possível. Bons hábitos alimentares ajudam a superar os momentos de tensão emocional. Esteja porém atento e, caso haja continuidade dos sintomas físicos, procure um médico. Uma antiga receita, que oferece um grande alívio, é Isaías 26.3: "Tu, Senhor, conservarás em perfeita paz aquele cujo propósito é firme; porque ele confia em Ti". I Pedro 5.7: "Lançando sobre Ele toda a vossa ansiedade, porque Ele tem cuidado de vós". E muitos outros trechos como Salmos 31, 40, 42, 62, 86, etc., podem levar paz à alma aflita. Quando conseguimos lançar sobre o Senhor nossas preocupações, reputação e até mesmo o próprio divórcio, o peso torna-se mais leve. Se você, porém, achar que Deus espera algum tipo de perfeição de sua parte, as tensões do divórcio poderão aumentar seus sentimentos de inadequação, culpa, ira e amargura. O fato de adotar uma perspectiva bíblica, fará com que perceba que Ele está disposto a nos receber e nos ajudar mesmo em situações em que nos consideramos fracassados. Ele é especialista em reparar vidas, em construir sobre cinzas, mesmo sobre um divórcio.

Finalizando, gostaria de deixar seis sugestões:
1. Não viva exclusivamente no passado e nem faça projetos irreais para o futuro. Viva seu presente, seu dia-a-dia da melhor forma possível, dependendo da graça de Deus.
2. Procure desenvolver sua própria identidade como descasado, não projetando-se em outras pessoas.
3. Trate de seus sentimentos e quando a tristeza chegar, procure não entregar-se à autocomiseração.
4. Lembre-se, Deus o criou como um ser social. Procure não isolar-se das outras pessoas. Bons amigos valem ouro!
5. Não exerça pressão sobre você mesmo e nem receba pressão de terceiros no que diz respeito a um outro casamento.
6. Estabeleça limites para sua sexualidade e dependa da graça e poder de Deus para ser fiel consigo mesmo e com Ele.

Pr. Jaime Kemp
Líder do Ministério Lar Cristão
Conselheiro, conferencista e autor de vários livros relacionados à família.
Artigo publicado em 1990, na Revista Lar Cristão.

segunda-feira, 22 de abril de 2013

A mão poderosa da providência de Deus.
Ester 4.1-17

Por: Rev. Francisco Macena da Costa.

O livro de Ester é comumente conhecido entre o povo de Deus como o único livro que não possui o registro do nome de Deus, e sequer alguns de seus versos é citado no Novo Testamento. Por conta disso, alguns estudiosos questionaram sua inclusão no Canon da bíblia, de forma absolutamente errônea, diga-se de passagem. Como bem disse Charles R. Swindoll, comentando o livro de Ester: “A mão invisível, onisciente de Deus está operando está operando por trás das cortinas, oculta aos olhos humanos”.

Sendo, assim, o livro de Ester, ainda que não cite o nome de Deus, possui uma mensagem altamente relevante e necessária em nossos dias, a saber: o testemunho da poderosa operação da mão providente do Senhor moldando e guiando nossas vidas. Em cada cena descrita no livro, podemos afirmar que a mensagem do livro de Ester oferece o testemunho da mão poderosa de “Deus, o grande Criador de todas as coisas, sustenta, dirige, dispõe e governa todas as coisas, das maiores até as menores, por meio de sua sapientíssima e santa providência, segundo sua infalível presciência, e o livre e imutável conselho de sua própria vontade, para o louvor da glória de sua sabedoria, poder, justiça, bondade e misericórdia”.  

Destarte, nessa ora de culto, com a graça de Jesus, queremos expor os caminhos da providência de Deus através das singelas e basilares aplicações do livro de Ester.


 
                         I.                Deus em sua providência nos conduz por caminhos adversos. (1-3)

Primeiramente, o livro de Ester nos revela que Deus em sua providência conduz o seu povo por caminhos adversos. Para entendermos a natureza avessa dos tempos de Ester, precisamos recorrer ao contexto dado no próprio livro, onde efetivamente toda a história foi vivida. Aqueles eram os dias do reinado de Artaxerxes I (465-424 a.C). Naquele tempo, a memória do cativeiro e o seu significado profético de castigo ainda latejavam na mente dos filhos daqueles que foram os primeiros exilados. Embora Ester e Mordecai não fossem da geração daqueles procuraram o auto-exílio, é certo dizer que eles foram educados numa ambiência de disciplina. No caso Ester e Mordecai necessariamente a aflição não era uma disciplina, mas uma provação da fidelidade.

Aqueles também foram dias marcados por muitas transformações e quebras de paradigmas. Um exemplo destas transformações pode ser visto, quando o texto diz que a rainha Vasti desobecedeu seu marido e rei frontalmente. A festa dos persas era regada a muito vinho e mulheres celebravam num lugar separado – afinal o que uma mulher da alta corte fará em meio a homens bêbados? O fato é que Vasti desagradou o rei e tal ato acendeu um escândalo na corte e ocasionou a queda da rainha, bem como a criação de um decreto que dizia: "que cada homem fosse senhor em sua casa, e que se falasse a língua do seu povo." (Ester 1:22, RA)

O rei (depois que passou o efeito do vinho) por sua vez ficou com a autoridade reconstruída após destronar Vasti, contudo sua vida conjugal estava despedaçada. Daquele dia em diante, o rei partiu para uma batalha contra a Grécia, que resultou numa grande derrota. Naquela hora o rei sentiu falta de sua esposa – afinal um homem de lutas também precisava de afagos. Percebendo o vazio que ficou na vida do rei, um de seus altos assessores lhe deu um conselho: "Tragam-se moças para o rei, virgens de boa aparência e formosura. Ponha o rei comissários em todas as províncias do seu reino, que reúnam todas as moças virgens, de boa aparência e formosura, na cidadela de Susã, na casa das mulheres, sob as vistas de Hegai, eunuco do rei, guarda das mulheres, e dêem-se-lhes os seus ungüentos. A moça que cair no agrado do rei, essa reine em lugar de Vasti. Com isto concordou o rei, e assim se fez." (Ester 2:2-4, RA)

Posto em prática o plano, a busca por um bela rainha chegou na cidadela de Susã. Naquela cidadela havia uma judia chamada Ester que se tornara órfã, cujo pai adotivo se chamava Mordecai. Ela foi levada pelos assessores do rei para o concurso. A partir daquele momento a dura vida daquela exilada começou a mudar. Alguém poderia até dizer que ela ganhou uma oportunidade de ouro, afinal conseguira sair da sarjeta para os palácios.

Ester saiu da pobreza para o mais alto palácio da Pérsia, mas isto não mudou o seu coração como serva de Deus, tanto que, mesmo gozando das benesses da alta sociedade, ela continuou generosa e obediente a autoridade de seu pai.

O texto também nos diz que a dinâmica do poder pelo poder, despertou a ambição de alguns Eunucos, que de uma maneira fria e calculista, conspiraram a morte do rei. Mordecai ficou sabendo de toda a trama e delatou os eunucos para o rei, que prontamente tomou as rédeas da situação. Diz-nos o texto que: "Investigou-se o caso, e era fato; e ambos foram pendurados numa forca. Isso foi escrito no Livro das Crônicas, perante o rei." (Ester 2:23, RA)

Tudo estava indo bem. Todavia o rumo da história mudou radicalmente. As coisas começaram a mudar quando o rei decidiu nomear um tal Hamã como seu primeiro ministro. Este homem era muito ambicioso, astuto, egoísta e extremamente orgulhoso. O rei quando o elevou ao cargo de primeiro ministro ordenou que todos se ajoelhassem diante do agagita. Porém Mordecai, tomado de zelo pelo seu Deus, não o fez. O ato de desobediência de Mordecai correu pelos quatro cantos do império e acendeu a ira de Hamã. Imediatamente o agagita correu para a presença do rei e disse:

"Existe espalhado, disperso entre os povos em todas as províncias do teu reino, um povo cujas leis são diferentes das leis de todos os povos e que não cumpre as do rei; pelo que não convém ao rei tolerá-lo. Se bem parecer ao rei, decrete-se que sejam mortos, e, nas próprias mãos dos que executarem a obra, eu pesarei dez mil talentos de prata para que entrem nos tesouros do rei. Então, o rei tirou da mão o seu anel, deu-o a Hamã, filho de Hamedata, agagita, adversário dos judeus, e lhe disse: Essa prata seja tua, como também esse povo, para fazeres dele o que melhor for de teu agrado." (Ester 3:8-11, RA)

Depois daquele momento, simultaneamente foi proclamado e traduzido para várias línguas um decreto infausto para os judeus. E assim vemos que Deus em sua providência estava conduzindo aquele povo por caminhos de aflição e de angustia. Às vezes sofremos porque Deus quer nos disciplinar, e às vezes sofremos porque Deus deseja provar nossa piedade. O Senhor soberanamente envia aflições para disciplinar nossas vidas, para corrigir nossa rota, afim que aprendamos a andar segundo a Sua vontade. Deus impõe aflições para provar nosso caráter – não porque ele precise saber de nós – mas para que em nosso coração sejam feitas correções para o nosso bem.

Deus permite o sofrimento em nossas vidas para educar nossa vida em um caminho de sabedoria e prudência.

Assim nos diz a Escritura:


"Meus irmãos, tende por motivo de toda alegria o passardes por várias provações, sabendo que a provação da vossa fé, uma vez confirmada, produz perseverança. Ora, a perseverança deve ter ação completa, para que sejais perfeitos e íntegros, em nada deficientes." (Tiago 1:2-4, RA)

"Toda disciplina, com efeito, no momento não parece ser motivo de alegria, mas de tristeza; ao depois, entretanto, produz fruto pacífico aos que têm sido por ela exercitados, fruto de justiça." (Hebreus 12:11, RA)

"Não vos sobreveio tentação que não fosse humana; mas Deus é fiel e não permitirá que sejais tentados além das vossas forças; pelo contrário, juntamente com a tentação, vos proverá livramento, de sorte que a possais suportar." (1 Coríntios 10:13, RA)


Veja ainda que:

                      II.                Deus em sua providência nos conduz por um caminho onde somos instrumentos de propósitos nobres. (4)

Em segundo lugar, notamos que a mensagem de Ester revela que Deus em sua providência nos conduz por um caminho onde somos instrumentos de propósitos nobres. Veja que mesmo encastelada no palácio do rei, Ester nada sabia, porém em todo o reino se fazia conhecido o clamor e agonia do povo judeu. De boca em boca corria o drama do povo da aliança, até que através de uma de suas servas, a rainha Ester tomou conhecimento da crise. O que fazer nessa hora onde mundo vira de cabeça para baixo? O que fazer quando uma tempestade muda todas as coisas de lugar? O que fazer naquelas horas sombrias quando a existência sua face mais aterradora?

Naquela hora difícil Ester e Mordecai demonstraram através de suas vidas como ser instrumentos de propósitos nobres em meio a uma sociedade decadente, a saber:

Ø A rainha Ester naquele mundo de ódio demonstrou compaixão para com os outros.

"Então, vieram as servas de Ester e os eunucos e fizeram-na saber, com o que a rainha muito se doeu; e mandou roupas para vestir a Mordecai e tirar-lhe o pano de saco; porém ele não as aceitou." (Ester 4:4, RA)

Apesar de todo ódio, obscurantismo e beligerância que de maneira contumaz teimava em se impor, a rainha Ester age pela compaixão para com os outros. Ela se doeu – no caso a voz reflexiva[1] (Hitpael) tem função declarativa e identificadora de uma condição da alma, logo o texto diz que Ester sentiu muita dor, e não somente isto, ela também sofreu o resultado daquela tristeza. Logo a melhor tradução seria: A rainha se doeu muitíssimo.

Ø A rainha Ester naquele mundo de ganâncias manifestas demonstrou fraternidade.

"Então, Ester chamou a Hataque, um dos eunucos do rei, que este lhe dera para a servir, e lhe ordenou que fosse a Mordecai para saber que era aquilo e o seu motivo." (Ester 4:5, RA)

Circunstancialmente, Ester estava vivendo como uma rainha, gozando de todas as benesses que status lhe conferia. Ester mudou de vida, mas não mudou o seu caráter. Ela não esqueceu os laços de família, não esqueceu sua raça, não esqueceu sua comunidade. Ester não deixou a ganância sepultar o valor insuperável das pessoas em relação às coisas.


Ø Mordecai e Ester naquele mundo de impiedades demonstraram o brilho da comunhão com Deus.

"Saiu, pois, Hataque à praça da cidade para encontrar-se com Mordecai à porta do rei. Mordecai lhe fez saber tudo quanto lhe tinha sucedido; como também a quantia certa da prata que Hamã prometera pagar aos tesouros do rei pelo aniquilamento dos judeus. Também lhe deu o traslado do decreto escrito que se publicara em Susã para os destruir, para que o mostrasse a Ester e a fizesse saber, a fim de que fosse ter com o rei, e lhe pedisse misericórdia, e, na sua presença, lhe suplicasse pelo povo dela. Tornou, pois, Hataque e fez saber a Ester as palavras de Mordecai. Então, respondeu Ester a Hataque e mandou-lhe dizer a Mordecai: Todos os servos do rei e o povo das províncias do rei sabem que, para qualquer homem ou mulher que, sem ser chamado, entrar no pátio interior para avistar-se com o rei, não há senão uma sentença, a de morte, salvo se o rei estender para ele o cetro de ouro, para que viva; e eu, nestes trinta dias, não fui chamada para entrar ao rei. Fizeram saber a Mordecai as palavras de Ester. Então, lhes disse Mordecai que respondessem a Ester: Não imagines que, por estares na casa do rei, só tu escaparás entre todos os judeus. Porque, se de todo te calares agora, de outra parte se levantará para os judeus socorro e livramento, mas tu e a casa de teu pai perecereis; e quem sabe se para conjuntura como esta é que foste elevada a rainha?" (Ester 4:6-14, RA)

Mordecai tinha uma plena confiança na providência de Deus. Ele sabia que Deus jamais abriria mão das suas promessas feitas a Abraão. Por isso ele confronta o temor de Ester que parece advogar uma ética pelo menor mal situado. Entendo a direção de seu padrasto, Ester pede oração para ir até a presença do rei.

Ø Mordecai e Ester naquele mundo de valores invertidos demonstraram a força ética da aliança com Deus. Especialmente Ester se colocou totalmente nas mãos de Deus.

"eu e as minhas servas também jejuaremos. Depois, irei ter com o rei, ainda que é contra a lei; se perecer, pereci. Então, se foi Mordecai e tudo fez segundo Ester lhe havia ordenado." (Ester 4:16-17, RA)

Irmãos e irmã, Deus em sua providência nos conduz por um caminho onde temos a oportunidade de sermos instrumentos de propósitos nobres.

Um dia Ester esteve num palácio luxuoso. Ela era bela e rica, convenhamos, ela poderia muito bem ter se deixado amargar pelas agruras da pobreza e do exílio. Ela poderia ter lavado as mãos com o seu povo. Ela poderia ter abraçado toda a cultura mundana em beneficio próprio, mas ela não agiu assim. Pelo contrário, naquele momento de crise Ester e Mordecai viram uma oportunidade dada pela providencia de Deus para evidenciar valores de justiça numa sociedade decadente.

Irmãos e irmãs, nós estamos vivendo uma conjuntura tão crítica como aquela vivida por Ester e Mordecai. Vivemos dias onde os valores absolutos da Palavra de Deus estão sendo progressivamente rejeitados por um senso relativista, que serve apenas para exaltar as liberdades individuais, quiçá individualistas. Estamos vivendo a ditadura do resultado. Vivemos numa ambiência que idolatra o prazer pelo prazer. Não é fácil enfrentar esse sistema frontalmente rebelado e hostil aos princípios da aliança do Senhor. Quem se levantar contra este sistema de coisas, certamente será hostilizado, e de forma aberta ou velada será prontamente perseguido.

O que vamos fazer? Vamos nos esconder no castelo, usando uma identidade secreta, para ver o que acontece? O livro de Ester nos diz que claramente que não. Jamais devemos nos esconder. Temos que tomar a consciência que Deus nos colocou na atual conjuntura que vivemos, e se, decidirmos não fazer nada, Deus vai levantar outros e irá instrumentalizá-los com vistas aos seus propósitos. Isto posto, enfrentemos o mundo que existe pelo lado de fora da igreja, sem cair nos extremos do escapismo e do secularismo. A exemplo de Ester e Mordecai, sejamos instrumentos para resplandecer na sociedade os valores que transmitem: Sensibilidade – Compaixão – Santidade – Fidelidade. Procuremos, pois viver os frutos da presença e da operação do Espírito em nós, a saber:

"Mas o fruto do Espírito é: amor, alegria, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fidelidade, mansidão, domínio próprio. Contra estas coisas não há lei." (Gálatas 5:22-23, RA)

Procuremos focar nas coisas boas que o Espírito de Deus conserva nesse mundo, a saber:

"Finalmente, irmãos, tudo o que é verdadeiro, tudo o que é respeitável, tudo o que é justo, tudo o que é puro, tudo o que é amável, tudo o que é de boa fama, se alguma virtude há e se algum louvor existe, seja isso o que ocupe o vosso pensamento. " (Filipenses 4:8-9, RA)


Notemos ainda que:

                  III.                Deus em providência nos chama para viver neste mundo glorificando o Seu Nome.


No livro de Ester existem alguns detalhes pequenos que aos nossos olhos parecem insignificantes, contudo foram fundamentais para que Ester o Mordecai, juntamente com o povo alcançassem a vitória sobre os inimigos:

1.     A prudência e a maldade.  Diz o texto que "Ester não havia declarado ainda a sua linhagem e o seu povo, como Mordecai lhe ordenara; porque Ester cumpria o mandado de Mordecai como quando a criava." (Ester 2:20, RA). Agir com prudência naquele momento significaria muita coisa, senão uma afirmação de confiança na sabedoria de Deus que diz:

"Como maçãs de ouro em salvas de prata, assim é a palavra dita a seu tempo. Como pendentes e jóias de ouro puro, assim é o sábio repreensor para o ouvido atento." (Provérbios 25:11-12, RA)  

Mordecai e Ester adotaram em terra estranha a sabedoria de Deus, e foi exatamente por causa da sabedoria, que Ester pode revelar a maldade de Hamã e salvar o seu povo. Tempos depois, quando o ódio de Hamã se revelou contra os judeus, ninguém da corte sabia que a rainha era judia. Porém, no dia em que o jantar foi oferecido ao rei, Ester apresentou o valor da sabedoria Deus, ao falar no momento certo em favor do seu povo. Por outro lado, Hamã ao saber que havia decretado a morte de sua própria rainha entrou em pânico. O rei, por sua vez possesso de ira, ordenou a morte de Hamã. Ora, Hamã havia feito uma forca para Mordecai, contudo este veio a ser o instrumento de sua própria morte. Como bem diz a sabedoria:

"A soberba precede a ruína, e a altivez do espírito, a queda." (Provérbios 16:18, RA)
"Antes da ruína, gaba-se o coração do homem, e diante da honra vai a humildade." (Provérbios 18:12, RA)

2.     As sortes. Diz-nos o texto que "no primeiro mês, que é o mês de nisã, no ano duodécimo do rei Assuero, se lançou o Pur, isto é, sortes, perante Hamã, dia a dia, mês a mês, até ao duodécimo, que é o mês de adar." (Ester 3:7-8, RA). As mãos dos homens laçaram sortes para matar o povo da aliança, mas Deus com sua invisível mão providente concedeu tempo necessário para que o povo pudesse ser salvo. Ou seja, aos olhos humanos em um prazo de um ano os judeus seriam exterminados, mas aos olhos de Deus, aquele tempo foi disposto para os judeus como um tempo decisivo para se viver piedosamente tomando parte, com ainda mais zelo na aliança com o Senhor.

3.     A falta de sono.  Numa certa noite o rei não conseguia dormir e para compensar aquelas horas, o rei decidiu ler as atas que relavam os seus feitos. Foi exatamente naquele momento que o soberano na Pérsia observou que nenhuma honra foi dada a Mordecai, que no passado havia ajudado a salvar a vida do rei. Naquele instante Hamã procurou a presença rei que perguntou:

"Entrou Hamã. O rei lhe disse: Que se fará ao homem a quem o rei deseja honrar? Então, Hamã disse consigo mesmo: De quem se agradaria o rei mais do que de mim para honrá-lo? E respondeu ao rei: Quanto ao homem a quem agrada ao rei honrá-lo, tragam-se as vestes reais, que o rei costuma usar, e o cavalo em que o rei costuma andar montado, e tenha na cabeça a coroa real; entreguem-se as vestes e o cavalo às mãos dos mais nobres príncipes do rei, e vistam delas aquele a quem o rei deseja honrar; levem-no a cavalo pela praça da cidade e diante dele apregoem: Assim se faz ao homem a quem o rei deseja honrar. Então, disse o rei a Hamã: Apressa-te, toma as vestes e o cavalo, como disseste, e faze assim para com o judeu Mordecai, que está assentado à porta do rei; e não omitas coisa nenhuma de tudo quanto disseste. Hamã tomou as vestes e o cavalo, vestiu a Mordecai, e o levou a cavalo pela praça da cidade, e apregoou diante dele: Assim se faz ao homem a quem o rei deseja honrar." (Ester 6:6-11, RA)

4.     O coração do rei. Depois que todo o plano nefasto foi exposto, Hamã já havia sido morto, o Senhor dispôs o coração do rei e usou seu senso de justiça para salvar os judeus.  Diz-nos o texto que rei disse a Ester e Mordecai:

"Eis que dei a Ester a casa de Hamã, e a ele penduraram numa forca, porquanto intentara matar os judeus. Escrevei, pois, aos judeus, como bem vos parecer, em nome do rei, e selai-o com o anel do rei; porque os decretos feitos em nome do rei e que com o seu anel se selam não se podem revogar." (Ester 8:7-8, RA)

O Rei era um homem de coração instável. Ele não tinha problemas com culpa, afinal conseguia assinar um edito mandando matar, todo um povo para em seguida sentar-se a mesa para fazer uma refeição. Deus, contudo, usou o coração do rei em prol do seu povo, usando-o como instrumento de punição para Hamã e de livramento para os judeus.

Através destes pequenos detalhes, Deus em providência conduziu os seus filhos por um caminho de alegria e vitória. Nenhum desses acontecimentos esboçava sua tamanha importância, mas no fim revelaram que o desígnio da providência de Deus era para trazer paz ao coração dos seus filhos para a glória do seu próprio nome. Como bem disse: George Herbert: “O moinho de Deus moe devagar, mas com segurança”.

Ester e Mordecai entenderam que a vida deles deveria ser vivida para glorificar o nome de Deus. E a evidência disso é tão clara que no momento da vitória sobre os inimigos, diz o texto sagrado que:

"Mordecai escreveu estas coisas e enviou cartas a todos os judeus que se achavam em todas as províncias do rei Assuero, aos de perto e aos de longe, ordenando-lhes que comemorassem o dia catorze do mês de adar e o dia quinze do mesmo, todos os anos, como os dias em que os judeus tiveram sossego dos seus inimigos, e o mês que se lhes mudou de tristeza em alegria, e de luto em dia de festa; para que os fizessem dias de banquetes e de alegria, e de mandarem porções dos banquetes uns aos outros, e dádivas aos pobres." (Ester 9:20-22, RA)

Depois de tudo o que devemos destacar nessas passagens é que o nome do Senhor já estava sendo glorificando através da vida de Ester e Mordecai, desde o momento em que eles se dispuseram a viver com fidelidade, prudência, coragem, fé e esperança na presença do Senhor. A festa de Purim, de certa forma começou, quando Ester e Mordecai entenderam que o nome de Deus devia ser exaltado seja qual fosse à circunstância.

Irmãos e irmãs, a única vida que vale a pena ser vivida é aquela onde o nome de Deus é glorificado e exaltado por sua sabedoria, majestade e poder. Quando reconhecemos essa operação maravilhosa da providência do Senhor em nossa história, decisivamente somos que constrangidos a exaltar sua grandeza e bondade. É para a glória do Senhor que celebramos datas importantes, como os aniversários, alguns cristãos marcam no calendário os grandes feitos de Deus e separam dias para dar graças ao Senhor. Fazemos todas essas coisas por que: Deus em providência chama para viver neste mundo glorificando o Seu Nome. Entretanto, não podemos perder de vista que, as celebrações pontuais são apenas o ponto de chegada, uma circunstância, que devem estar intimamente ligada com uma história de vida que glorifica e exalta a Deus. Viver para glória do Senhor é viver totalmente em submissão a vontade Daquele que governa todas as coisas, depositando toda a confiança em sua Palavra que diz:

"A sorte se lança no regaço, mas do Senhor procede toda decisão." (Provérbios 16:33, RA)

"Por causa da transgressão da terra, mudam-se freqüentemente os príncipes, mas por um, sábio e prudente, se faz estável a sua ordem." (Provérbios 28:2, RA)

"Como ribeiros de águas assim é o coração do rei na mão do Senhor; este, segundo o seu querer, o inclina." (Provérbios 21:1, RA)

"Sabemos que todas as coisas cooperam para o bem daqueles que amam a Deus, daqueles que são chamados segundo o seu propósito." (Romanos 8:28, RA)

"Salmodiai ao Senhor, vós que sois seus santos, e dai graças ao seu santo nome. Porque não passa de um momento a sua ira; o seu favor dura a vida inteira. Ao anoitecer, pode vir o choro, mas a alegria vem pela manhã." (Salmos 30:4-5, RA)


Conclusão.


Diante de tudo que lemos podemos tirar algumas lições práticas:

1)    Através da sua providência Deus tanto nos disciplina, como também nos prova, nas aflições que Ele mesmo envia. Não que Deus precisa saber algo de nós, mas porque efetivamente nós precisamos ser provados, acrisolados e fortalecidos nas tribulações. Como dizia Benjamim Franklin: "As coisas que machucam, ensinam".

2)    Através da sua providência Deus nos usa como instrumentos de propósitos nobres em um mundo decadente. Sejamos, pois, sal da terra e luz do mundo, proclamando neste mundo tenebroso o Evangelho de Jesus Cristo.

3)    Por meio da sua providência, Deus nos chama para viver a única existência que agrega plenitude, a saber: A vida que glorifica o nome do Senhor. Como disse Paulo:

"Portanto, quer comais, quer bebais ou façais outra coisa qualquer, fazei tudo para a glória de Deus." (1 Coríntios 10:31, RA)

Que Deus nos ajude!